sexta-feira, 5 de março de 2010

Prostituição jornalística

Nada mais previsível que a perseguição implacável do sistema Globo ao Governador Garotinho. A Globo odeia líderes populares porque estes não acatam sua tutela para governar. Foi assim com Getúlio Vargas, João Goulart, Brizola etc. Mas o que está por trás, realmente, desta última agressão, é a grave situação de um de seus estafetas atuais, o desgovernador Sérgio Cabral, prestes a ser defenestrado do poder.

A Globo sabe que um escândalo de proporções apocalípticas está próximo de vir à público no Rio de Janeiro e sabe que não restará pedra sobre pedra. Sabe também que Cabral, o pior governante fluminense em todos os tempos, não tem a menor chance de se manter no poder caso aja outro candidato na disputa por sua sucessão, qualquer que seja o candidato.

Diante do caos iminente e sem perspectivas de manutenção do poder no RJ, a Globo decidiu aliar-se à elementos que - por sua atuação inclinada à vassalagem - desmoralizam a instituição do Ministério Público, para, em conluio com o próprio governador atual, politicamente agonizante, atacar o único ex Governador brasileiro que após deixar o cargo voltou a exercer a sua profissão, normalmente, para garantir o sustento de sua família.

A Globo tem uma larga experiência em processos corruptivos, desde a sua formação, amparada por uma procuração cuja assinatura está até hoje sob suspeita de ser falsificada, passando pelo fortalecimento e enriquecimento graças aos favores de uma sangrenta ditadura militar, até os dias de hoje, detendo o monopólio das paixões populares, como o carnaval e o futebol, graças ao seu poder de “persuasão” e a sua aliança inconteste com os elementos que compõem o submundo destas atividades.

Exatamente por ter o conhecimento prévio de que Garotinho não praticou nenhum dos crimes de que é acusado, resta a Globo agir como os velhos punguistas da Central do Brasil, que roubavam a carteira de um transeunte e saiam gritando “ pega ladrão, pega ladrão”, como forma de afastar de si próprio as suspeitas e o foco das atenções.

A Globo, na verdade, prostitui seu departamento de jornalismo à esse nível porque sabe que, embora goze de muito poder e dinheiro, jamais poderá exercer o monopólio da poder político no Estado do Rio de Janeiro, pois, como dizia Brizola, vive aqui um povo lúcido, que não se deixa enganar por maquinações de gabinetes ou manipulações midiáticas.

O povo do Rio de janeiro conhece muito bem Anthony e Rosinha Garotinho, e não tem dúvidas sobre seus propósitos.

O Povo sabe que, mais uma vez, Garotinho provará sua inocência, e, muito provavelmente, a Globo será condenada a pagar mais indenizações por danos morais, o que a desmoraliza enquanto empresa jornalística mesmo que o custo benefício valha à pena financeiramente, pois cada real que ela perde na justiça, Cabral lhe recompensa muitas vezes mais em “verbas publicitárias”.

Não é sem razão, portanto, que, desde os anos 80, um coro sincero e honesto é ouvido periodicamente nas ruas do Rio de janeiro, seja na Zona sul, na Baixada ou no interior de nosso Estado. Nos referimos àquele coro que canta assim:“ O povo não é bobo, abaixo a rede Globo”.

Vicente Portella