A falta de critérios era algo tão gritante que na maioria das vezes a população, e até mesmo o universo da militância social, pessoas consideravelmente mais integradas ao processo político, nem tomavam conhecimento dos partidos “inventados” a cada momento.
O último período em que se experimentou a criação de novos partidos de forma séria, com começo, meio e fim, amparados em doutrinas políticas reais - independente da coloração ideológica de cada um deles - foi no momento agonizante da ditadura militar, na virada dos anos 70 para 80.
Naquela época foram criados o PDT, o PT, o PTB, o PFL e até mesmo o velho MDB se transformou em PMDB. Depois deste período apenas o PSDB se constituiu como partido doutrinário – em meados dos anos 80 - com base na social democracia europeia e, mesmo que tenha posteriormente optado pelo neoliberalismo, foi a última legenda montada sobre sólidas bases políticas. Até agora.
Ontem, 14/09/09, o Presidente regional do PR, Anthony Garotinho, lançou as bases de uma doutrina política para seu partido, algo raro nos últimos tempos.
Com a coordenação do professor Fernando Peregrino, pensador altamente qualificado nos meios político e acadêmico do Rio de Janeiro, foram apresentadas as linhas gerais do MRP – Movimento Republicano Popular – que tem o PR como o principal instrumento de execução de seus conceitos e tem como foco o fortalecimento de uma concepção política nacional com destaque no desenvolvimento econômico, no conceito de empresa nacional, na educação, na saúde, na cultura etc. O PR anunciou, ao mesmo tempo, a criação do IR – Instituto republicano – órgão responsável pela formulação de políticas públicas e sociais a serem defendidas e executadas pelo partido.
Pode-se dizer que o meio político brasileiro já havia se desacostumado de ações tão sérias quanto estas devido ao estado de putrefação em que se encontram algumas das mais visíveis instituições políticas nacionais. Doutrina, formulação, concepção e ideário político são coisas cada vez mais secundarizadas nos dias de hoje, época em que impera o vale tudo e muitos Governantes não se sentem sequer compromissados com a sociedade e muito menos com o povo.
Sem dúvida alguma essa fundamentação se deve à vontade política e a experiência de Anthony Garotinho, que, vindo de longe, sabe muito bem o quão importante é a capacidade de formular para um partido que pretenda representar, de verdade, os sentimentos de um povo.
Pensar o Brasil e formular as soluções para seus grandiosos problemas é algo infinitamente mais importante do que seguir o rumo da correnteza e tentar, na medida do possível, se beneficiar delas, como fazem boa parte dos partidos que nascem e morrem a cada eleição.
Garotinho, quando apresenta uma fundamentação política e doutrinária para o PR está na verdade mandando um recado. Está dizendo à todos, sociedade e povo brasileiro, que a coisa é séria. Que o PR vem, ou pelo menos pretende vir, de forma definitiva, para representar os interesses daqueles que ainda acreditam na construção de uma grande nação brasileira. Não por acaso, à partir do Rio de Janeiro.
O próprio Platão certamente estaria satisfeito, se ainda estivesse entre nós, ao ver seus conceitos, estabelecidos na Grécia antiga, sendo estudados e postos em prática nos dias de hoje.
Vicente Portella
o povo de saquarema estar com vc, para governar nosso estado novamente. e para o no interior voltar a ser feliz. bernard
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