Leonel de Moura Brizola foi o maior líder popular brasileiro da segunda metade do século passado. Mesmo se considerarmos o histórico político nacional de todos os tempos, só Getúlio Vargas - até hoje, 55 anos depois de sua morte, considerado o maior Presidente brasileiro de todos os tempos - teve dimensão superior a de Brizola como líder político .
Nascido em Carazinho, RS, Brizola foi Governador de seu Estado e obteve a maior votação de todos os tempos para Deputado Federal, ainda na década de sessenta, com mais de 1 milhão e meio de votos. Cassado pela golpe militar de 64, voltou do exílio em 1979, perdeu na justiça a sigla do PTB e criou o PDT, partido pelo qual se elegeu Governador do Rio de Janeiro.
Para se ter uma ideia da força eleitoral de Brizola, no período entre 1982 e 2006, dos seis Governadores eleitos sucessivamente, apenas um, Moreira Franco, não teve passagem pelo PDT. Na Prefeitura do Rio de Janeiro, todos os Prefeitos entre 1982 e 2008 construíram suas carreiras políticas ao lado de Brizola.
Jamil Hadad, Saturnino Braga, Marcello Alencar, Cesar Maia, Luiz Paulo Conde, Garotinho e Rosinha, todos governantes municipais ou estaduais, estiveram sob a orientação de Brizola em momentos cruciais de suas carreiras. De todas as “ crias “ de Brizola, no entanto, apenas Garotinho seguiu os passos do líder histórico e é até hoje o que mais se assemelha ao velho caudilho.
Desafiando os preceitos da genética, a cada dia que passa, na medida em que amadurece, Garotinho vai ficando mais parecido com Brizola, seja no gestual, na forma de falar, no modo como tritura os adversários com palavras, na convicção política e até mesmo, e principalmente, nas perseguições sofridas pelas estruturas do poder, no carinho dedicado aos mais pobres e na capacidade de resistir à todas as agressões sofridas, ressurgindo sempre de suas próprias cinzas, como a Fênix.
Nos últimos 10 anos Garotinho foi certamente o líder político mais perseguido do País. Acusado de todas as irregularidades, falcatruas e mutretas possíveis, enfrentou todas as denúncias de peito aberto, abrindo inclusive seus sigilos bancário e telefônico, e provou sua inocência, obrigando a poderosa Rede Globo a pagar-lhe, judicialmente, várias indenizações por calúnia e difamação.
Como se não bastasse as agressões sofridas na mídia e desqualificadas na justiça, seus adversários usaram o braço politizado da Polícia Federal para invadir sua residência em Campos, desrespeitando sua família e invadindo até mesmo o quarto de seus filhos. A única coisa que conseguiram “confiscar” foi uma Bíblia e a ação truculenta apenas evidenciou o quão grave pode ser a politização de um importante instrumento de Estado como a Polícia Federal.
Agora, apenas dois anos e meio depois deixar o Governo - e alguns meses depois de Rosinha se eleger Prefeita de Campos e sua filha Clarissa ser a Vereadora mais votada do PMDB carioca - trabalhadores, líderes comunitários, estudantes, profissionais liberais, pequenos e médios empresários, comerciantes, intelectuais, enfim, pessoas de todos os níveis e classes sociais, líderes em suas atividades, tem procurado Garotinho para manifestar o desejo de vê-lo novamente Governando o Estado do Rio de Janeiro, pois nesse curto período Sérgio Cabral conseguiu aniquilar todos os avanços conquistados nos Governos Garotinho e Rosinha.
Com restaurantes e farmácias populares fechados ou atendendo mal e com todos os projetos sociais e econômicos extintos, o Desgoverno, a desesperança, a mentira e a covardia são as únicas coisas implantadas pelo atual Governador, que a população mais pobre já chama de Sérgio “DuMal”.
Comunidades carentes são chamadas de “Fábricas de marginais” e tratadas a bala pela polícia, chacinas viraram rotina, há perseguições à trabalhadores, ambulantes, pequenos comerciantes, funcionários públicos e até mesmo aos artistas populares que trabalham nas ruas do Rio de Janeiro.
Vivemos sob a égide de um governo verdadeiramente fascistas.
O mesmo governo que distribui milhões de reais para os ricos, acua, agride, ameça e assassina pobres todos os dias. E ainda quer erguer muros em torno das favelas, criando guetos, como aqueles que foram usados para confinar judeus na Alemanha nazista.
Por tudo isso - pelo que foram os Governo Garotinho e Rosinha, e pela tragédia que é o desgoverno Cabral - é que o povo grita nas ruas: Volta Garotinho.
O Ex Governador é para o povo do Rio a esperança e o único líder político confiável em meio a uma infinidade de vendilhões da pátria e do povo brasileiro. Poucos políticos tem esse privilégio: ser o homem de confiança da população.
Brizola, do infinito, provavelmente tomando um chimarrão com Getúlio Vargas, deve estar orgulhoso pela atuação de seu mais legítimo herdeiro.
Publicado originalmente no Blog Cultura, papos e outras coisas... de Vicente Portella (http://vicenteportella.blogspot.com)
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